sábado, 22 de janeiro de 2011

   
Essa vontade que nome eu não sei dar me impede de ser o que já sou.

Ansiava em vão por um sinal, um chamado, um convite qualquer que fosse,como um farol que brilha lá longe...Longe de todas as coisas vivas e mortas, longe dos pensamentos e das ilusões, longe da angústia da pele que só toca o próprio ar, e a distância.
Não haviam muitas razões para realmente esperar por uma mudança imediata. Nada assim, realmente catastrófico- que era o que queria, o que buscava. Uma catástrofe! Sim, pois qualquer coisa terrível que fosse ainda era melhor do que nada, e pior, talvez pior do que nada era só um pouco, só um gostinho da mudança, só um gostinho das coisas que queria para ver o quanto queria, até descobrir que esse gostinho era na verdade uma amostra muito fajuta,lembrando o quanto seu querer estava longe da realidade e enfatizando principalmente que esse gostinho, esse pequeno prazer era quase uma desconstrução do seu próprio imaginário, uma desconstrução do seu próprio querer, uma desconstrução do seu próprio ser....Quando esse gostinho, que mais tarde ela resolveu chamar sabiamente de ilusão, quando esse gostinho ia embora, ficava um gosto muito amargo, tão amargo que a própria realidade, a própria ausência, que o nada e o ninguém, se tornavam mais tristes e pesados do que todo o antes.


“algo não precisa acontecer pra ser verdadeiro. Histórias e sonhos são sombras de verdades , que resistirão quando mero fatos tornarem-se poeira e cinza, e forem esquecidos.”

PS: Neil Gaiman arrasa.

Um comentário: