segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Hoje acordei assim
Auto destrutiva
Como se lombrigas voadoras assombrassem minha casa, zumbisse em meus ouvidos e cuspissem em minhas asas. Como se à meus cabelos elas já pertencessem.
 De que outro lugar elas nasceriam?
Auto destrutiva assim, sem um pingo de dó de mim, como se eu merecesse cada calo nos pés, cada beijo não dado, cada coceira nas costas que não consigo coçar.
Ai meu braço é pequeno, vou me esfregar na parede até rasgar.
Auto destrutiva sim, porque se alguém tem que fazer maldades comigo sou eu mesma!
E eu vou fazer maldades até cansar os punhos, os pulsos, os avulsos... Dar chute nos brinquedos das crianças, deixar de lavar a louça, comprar paçoca só pra tentar engasgar... E gargalhar da minha própria falta de sorte, fazer careta pro espelho dizendo a ele “não é mais de que uma mosca morta”, e reclamar, e chorar... E fazer bico até cansar.
Depois volto ao normal. Mesmo que fique tudo igual.
Porque não tem graça fazer maldades com quem é sempre mal.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Sentei nos cantinhos da sala, pra ver se eles ainda guardavam algum resto de memória.
Mas do que eu queria lembrar eu já tinha me esquecido, e tudo o que eu achei foi um pouco de pó. E a sala. Ainda vazia com um pouco de mim nos cantos.
Sinceramente, às vezes torço para que nada tenha mudado, para que eu tenha sido a única a evoluir de nós dois.

Pois imaginar que você também mudou me assusta.
 Mudaria em que grau e sentido?
Se mudou, e se um dia você voltar a me ver poderia ser capaz de me dar um tiro ou um abraço.
Poderia ser capaz?
Acho que um abraço me assustaria mais, o tiro, eu sei, soa muito dramático, vou pensar em outra coisa menos mortal e igualmente violenta.
Porque um detalhe muda tudo? Quando não devia, e se devia, deveria ser pra construir, não destruir.
Mesmo que a gente cresça com tudo isso e hoje talvez eu seja mais eu e menos você, no melhor sentido já que é sempre assim quando tudo acaba.
A gente morre um pouco a cada fim.
A gente morre um pouco junto e ficam miasmas de nós mesmos vivendo os restos do não vivido. E às vezes a gente vai lá ver como eles estão.
Estão sempre mal.
Afinal, não há vida nos “não vividos”, somente sobrevida.
E de sobrevida não quero nem as lembranças. Porque a gente lembra diferente a cada vez. A gente lembra errado.
Faria sentido se a gente se esquecesse completamente como naquele filme (da Kate Winslet com o cabelo laranja e o Jim Carrey sério e uma participação do Frodo, não lembro o nome) e se reencontrasse diferentes, limpos de nós do passado, para nós dois de agora?
Ou como 5 vidas que eu tenho no videogame, para refazer o mesmo percurso como se antes eu não o tivesse feito, sabendo que conheço o caminho e os perigos a serem evitados? E se ainda assim, sendo honesta comigo mesma, eu não pudesse ter feito um caminho diferente? Mesmo que eu não salve a princesa no final.
Ainda não tinha motivos para fazer.
Eu sempre prefiro jogar com o Luigi, porque ele é verde e me parece óbvio que é melhor jogar com ele. Jogar com o vermelho me dá azar, eu acho. É um detalhe que pra mim faz toda diferença. No fundo não dá pra saber se teria sido diferente.
 Acho que se a gente não vive de lembranças a gente vive no fantasma do “e se”?

E se eu fosse daltônica?


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Casa


Se eu não tiver paredes ao meu redor poderei me espreguiçar tão grande que meus braços tocarão tudo o que eu quiser: Me trarão sorvetes da Malásia, balas de côco Romenas e flores do sertão.


Quem sabe, se eu não tiver um teto me separando do céu poderei ver que o sol só está se divertindo ás minhas custas brincando de esconde-esconde, mas que está lá o tempo todo.


Não terei portas para fechar e me separar do mundo, nem descansar dele um pouco, mas bem que me disseram que já tava na hora de parar de me fechar. Portas para quê? Tudo já está aberto.

domingo, 30 de janeiro de 2011

_Você tem medo de mim.E não precisa nem falar, porque eu sei, e se falasse não seria a primeira pessoa a me dizer isso.
Ele recuou e deu um dorriso sem graça.
_Eu tenho, você não?
_Eu também.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Dói

Eu quero.
E espero que não doa.
Nem o querer nem o não querer mais.
Ou "esquecer sabendo que estou esquecendo" quando talvez eu não queira. Porque também dói.
Até mesmo a calma trazida pela ausência, até mesmo a solidão sem mágoa, tão bem acompanhada de mim mesma, também quer doer, mas eu não a ensinei ainda a gritar e vou fingir que nem voz mais eu tenho. Talvez se eu fingir que não é comigo tudo isso suma.
Talvez, e na verdade não é talvez...Talvez seja num lugar quase próximo da certeza, que o tempo cura tudo, que o tempo cala tudo, e eu mesma já até quase rio algumas vezes e esqueço de sentir dor. E passa. E o pior é que passa.
E por isso, e ainda mais por isso. Eu quero. Por que eu já sei lidar com ausências. Talvez seja a hora de lidar com as presenças e exercitar tudo o que for permanente.
Eu queria ficar, porque eu já sei partir. Mas ficar, ficar mesmo...Apesar de e além de...Eu preciso que me ensinem.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Eu queria esperar tudoque fosse ruim passar, como se fosse uma nuvem pronta pra chover de uma vez em mim, para que então, depois disso eu pudesse gozar de todas as coisas sem medo nenhum, sem culpa, sem pensar "no que eu tenho que aprender com isso" e só usufruir das coisas, da vida, ou das pessoas.
Mas como eu sei que isso não acontece e se acontecesse eu poderia pegar uma baita de uma pneumonia, vou seguindo de garoinha em garoinha, tempestade em tempestade, ensolação em ensolação...Até uma hora em que eu realmente crie raízes.

Lúcia e o espelho

Olhou-se no espelho mais uma vez.
A imagem que via não fazia sentido.
Não fazia sentido com a imagem que criou dela mesma.

Então usou o batom quase todo gasto nas angústias das últimas noites para corrigir o espelho de seu equívoco: Menos cores, mais sangue, menos luz em seu rosto.
Eles não entenderiam”.-pensava ela, com angústia.

Ninguém entenderia o que era a solidão do seu mundo.
Do seu apartamento.
Do seu carro.
Do seu batom gasto nas noites de verão, gasto em ombros alheios, gasto para que sua própria imagem se gastasse um pouco dela e resolvesse se perder por aí para que outra ficasse, para que ficasse,em paz.
Para ver se sua imagem impregnava em alguém e a salvava dela mesma.
Do seu próprio olhar no espelho.
Dos seus desejos.
Desse desejo de passado que não a deixava viver o futuro e torna o presente uma imagem pausada no vídeo.
_”Não aguento esse espelho.”

Me movo na noite em silêncio, com a esperança presa nos sapatos. –escreveu, de repente, atrás de um papel amassado encontrado na bolsa.
_Droga, pisei de novo.

_Tudo bem”.– pensou. Tinha passos novos para pisar ou mesmo continuar parada. Afinal de que adianta caminhar quando se sentia paralisada feito uma estátua. Paralisada de solidão.
Foi quando seus pés descalços –“quem sabe sem sapatos piso menos na minha própria sombra” – caminhou até o telefone.
_Alô.
_Oi. (suspiro) Sou eu.
_(suspiro) Oi.
_Tá frio hoje, né?
_(suspiro).
_Eu só queria te falar uma coisa. Mas queria que você ouvisse e parasse de suspirar tanto. De suspirar esses suspiros de quem não sabe como respirar.
_(suspiro)
_Volta.
_Não posso.
_Volta.
_Por que?
_Volta e pronto.
_Pra onde? Pra quem?

Em silêncio se perguntou a mesma coisa, e correu até o espelho para se ver novamente. Para ver a imagem que o espelho mostrava e que ela havia corrigido.

-Pra quem? –perguntou em voz alta.

Abriu o espelho para ver se atrás dele outra imagem se revelaria.

Mais verdadeira mais limpa quem sabe. A imagem por detrás da imagem.
Um vidro de calmantes caiu na pia. Ergueu a cabeça e viu mais três.
Dois calmantes e um estimulante.

Seria essa a verdadeira imagem? Não. O resto era imagem, isso era ela por dentro. Viu uns sinais de mofo em alguns cantos do suporte para escova de dentes. Sentiu nojo de si. Correu até o telefone. Para sua surpresa ainda podia ouvir a respiração dele, e seu suspiro.
_Volta? –dessa vez sua voz já estava mais firme.
_Para quem? Pra que?

Dessa vez ela não sabia a resposta. Talvez porque fosse óbvia demais. Mas era o que ele queria, a verdade, mesmo que fosse óbvia, era importante ouvir a verdade.
_Por que tem lugar aqui pra você. –pensou mais um pouco e tomou coragem _
Porque a noite tá fria e com você ela fica menos fria. Porque mesmo que a noite seja escura, juntos a gente esquece um pouco.
_(suspiro)
_E então?
_Você ainda não me respondeu.

Ela não queria responder. Porque ela não queria ter que se olhar de novo no espelho.

Com muito esforço largou o telefone de novo sobre a cama, e caminhou pesadamente até o banheiro. Pegou um pedaço de papel higiênico e esfregou com vontade no vidro do espelho. Mas quanto mais tentava limpar a imagem inventada de si mesma, mais sua própria imagem se manchava de vermelho.

Esfregava cada vez com mais violência, até que com lágrimas escorrendo pelas faces e a força do seu punho rachou sua antiga imagem do vidro, e quebrou o espelho. Viu os cacos caindo um a um na pia, numa coreografia que a fez sentir-se mais limpa. Nem sentiu alguns ferimentos na mão. Foi quando sem pensar, automaticamente como se fosse a coisa certa a fazer pegou os frascos dos seus remédios e despejou-os satisfeita no vaso sanitário, assim como o resto do batom. E deu descarga.

Voltou para o telefone.

_(suspiro)
_(Suspiro)
_Você ainda não me respondeu.
_Pra mim!
_Você não me respondeu.
_O que você quer que eu diga para que você volte?
_Eu quero saber quem vai estar me esperando quando eu voltar.
_(suspiro)
_(suspiro)
_Eu não sei.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Malboro Light

 
Se encontraram, como se houvessem marcado local e horário. Mas não. Se encontraram daquele jeito, por acaso, quando você cansa de procurar e na hora que você encontra já parece tão tarde que não faz mais sentido o que você encontrou, e sim que achou alguma coisa.
Qualquer coisa.
 Alguém.
A fumaça do cigarro dela esquentava um pouco aquele ar frio que os rodeava. Aquele ar frio de solidão. De madrugada já cansada de existir.
A música alta, mesmo distante, alcançava seus ouvidos, e embora eles tivessem esquecido que uma música tocava e que alguns festejavam, ou fingiam festejar algo no quarteirão ao lado, a música chegava feito sombra... Feito trilha sonora.

Ele a olhou de longe enquanto caminhava e sentiu vontade de se aproximar quando viu que ela o olhava quase sem piscar. Segura. Calma.
Sentou ao seu lado na guia.
Ele pediu um cigarro, embora não fumasse, pois desde que a viu ficou com vontade de ter algo na boca.Ela percebeu que ele não fumava, pois sorria ao olhar seus lábios com cigarro apagado.
_É que eu não fumo.
_Nem eu. –falou ela, rindo.

E então perceberam que não tinham assunto. Seus olhares se cruzavam tímidos em alguns momentos e uma cumplicidade brotava dali.

_Eu tô esperando...
_Eu também. – ele interrompeu .
_ ...a festa acabar. É que eu to de carona, sabe. E você?
_Eu o quê?
_Tá esperando também, não tá? Você falou que tava.
_É. Tô, acho.
_O quê?
_Não sei. Me dar vontade de voltar pra casa, eu acho.
_Você mora por aqui?
_Moro, na rua de trás.
__E sempre anda sozinho de madrugada e conversa com estranhos?
_Não. Mas hoje eu quis. Hoje eu quis sofrer do lado de fora do muro.

E se olharam em silêncio por um momento. E aquele momento foi se transformando em tempo, mas eles não se importavam, queriam ficar ali, se olhando, com o silêncio que era amigo naquela hora.

_Porque você fuma? –perguntou ele.
_Eu não fumo. –respondeu ela entre um trago e outro.
_Então me faz um favor. Apaga esse cigarro.
Sem questionar ela obedeceu, como se já esperasse por essa ordem de alguém, e esse alguém foi ele. Depois pegou outro e pôs na boca, apagado. E ficaram os dois, com cigarros apagados entre os lábios. Olhando o céu, contemplando mais um silêncio. Por quase uma hora.

_Eu gosto dessa música. –disse ela, quando a música parou,e ele riu.
_porque tá rindo? –continuou.
_Não sei, deu vontade.
_Você tem dentes bonitos. – disse ela,e ele riu de novo.
_Que elogio mais besta, ninguém elogia dentes.
_Eu elogio. –disse, com o cigarro entre os dedos. _E ninguém fuma cigarros apagados.
_Eu fumo. E a partir de hoje, acho que você também.
_Como você sabe? –disse ela, depois de um riso curto, que tentou fazer irônico, mas não conseguiu.
_Porque eu vou tá perto, pedindo pra você apagar.

Isso

Eu finjo que espero e que acredito pra dar um gostinho a mais em algo que eu sei que não vai dar em nada mas já deu mesmo sem ter dado.

Talvez porque quando eu tinha 12 anos (ou 18...ou...21 hehe) eu acreditava tanto nas minhas paixões platônicas que me modificava a partir disso, e esse “amor”, ou qualquer coisa como um primo distante do que chamamos amor, já me florescia, tamanho encantamento e sentido que dava às coisas.
É engraçado como temos a urgência de concretizar as histórias erradas, mas as “certas” a gente respeita mais, espera mais. Ou a gente simplesmente aceita que a única forma de viver esse amor talvez seja só dentro da gente mesmo, assim, calado e preguiçoso, mas um amor quase auto-suficiente, de ser só ele mesmo.
Esses amores platônicos são muito amigos do tempo, talvez de um tempo que nunca chegue. E, ao mesmo tempo parece uma relação mais real do que os problemas mais reais que tive, pois cada pequena coisa dá um significado maior ao resto,e a gente vive pelo que afinal? Se não por esses pequenos momentos de poesia que dão sentido a todo resto.
Talvez “isso” seja ate um amor meio inventado, a gente preenche todos os vazios e os não-vividos com o que quiser, mas, a gente não faz isso sempre? Acho que quando é platônico “ isso” só é mais assumido.
Amor platônico e quando a gente “tá” sem estar.
Acho que é quando eu não sinto ciúmes e realmente fico feliz só por sentir.
É quando pequenas coisas fazem a vida ganhar mais sentido, a gente ganhar mais sentido, porque aquela pessoa existe e aconteceu pra você, sem a necessidade ou obrigação de que você a possua ou a acorrente do seu lado.

Intacta

Intacta
Impacta
O que ficou

Abraça
A mágoa
Que passou

Foi forte
Foi morte
Nasceu flor

Da flor brotou a sorte
E a morte
Mudou

sábado, 22 de janeiro de 2011

Pimentas

Talvez aquela goteira pare daqui a pouco.
Se eu fingir, aliás, se eu pensar positivo, não sei...quem sabe. Talvez ela só pare, só pare. Ou vá pingar em outro lugar.

Quem sabe ela não vira só um barulhinho lindo, cantando na minha cabeça para fazer todos os males passar. Quem sabe esse barulhinho não vira uma sinfonia gostosa e me tira um pouco de dentro de mim mesmo.

Mas essa goteira me lembra que eu existo. Só não sei se agora, isso me faz bem.

Hoje a vizinha veio me pedir pimenta. Uma senhorinha de passos lentos, cabeça branca como a solidão. Veio me pedir pimenta.

Pimenta! Nunca imaginei que aquela senhorinha gostasse de pimenta. E eu, que nunca usei essas coisas fiquei parado diante dela, perplexo. Eu que sequer conheço uma receita que use pimenta, pimenta de verdade, porque hoje em dia as pessoas usam variações da pimenta, só um tempero ou qualquer outro genérico. Como para todo o resto da coisas na vida, as pessoas se contentam com o genérico. Porque as coisas de verdade dão trabalho e às vezes até deixam gosto ardido na boca.

Por um momento pude até pensar que eu sorri. Quase acreditei ser uma pessoa melhor. Ela pensou que eu tinha pimenta!
Como é que ela, pensou que eu, que quase não uso nem sal e adoço as coisas com mel. Como é que ela pensou que eu teria pimenta!

Ela achou que eu era uma dessas pessoas que tem pimenta em casa. Pimenta de verdade, de verdade! Uma pessoa que inventa receitas em casa e cuja fruta preferida é lichia! Que imagem que eu passava para aquela senhora? Quem eu era para os outros, porque para mim eu era outro!

Eu hesitei ao responder, enquanto pensava tudo isso, em todos os eus que eu era para os outros, mas, principalmente nos eus que eu já tinha dentro de mim. Que estavam andando de pantufas dentro da minha alma, mascando cicletes, preguiçosos, somente esperando serem despertados. Pensei enquanto a goteira insistia na minha cabeça.

Eu não tinha pimenta. E me senti culpado por isso.

Saí de casa, decidido a voltar com qualquer gosto ardido na boca, na minha vida.
   
Essa vontade que nome eu não sei dar me impede de ser o que já sou.

Ansiava em vão por um sinal, um chamado, um convite qualquer que fosse,como um farol que brilha lá longe...Longe de todas as coisas vivas e mortas, longe dos pensamentos e das ilusões, longe da angústia da pele que só toca o próprio ar, e a distância.
Não haviam muitas razões para realmente esperar por uma mudança imediata. Nada assim, realmente catastrófico- que era o que queria, o que buscava. Uma catástrofe! Sim, pois qualquer coisa terrível que fosse ainda era melhor do que nada, e pior, talvez pior do que nada era só um pouco, só um gostinho da mudança, só um gostinho das coisas que queria para ver o quanto queria, até descobrir que esse gostinho era na verdade uma amostra muito fajuta,lembrando o quanto seu querer estava longe da realidade e enfatizando principalmente que esse gostinho, esse pequeno prazer era quase uma desconstrução do seu próprio imaginário, uma desconstrução do seu próprio querer, uma desconstrução do seu próprio ser....Quando esse gostinho, que mais tarde ela resolveu chamar sabiamente de ilusão, quando esse gostinho ia embora, ficava um gosto muito amargo, tão amargo que a própria realidade, a própria ausência, que o nada e o ninguém, se tornavam mais tristes e pesados do que todo o antes.


“algo não precisa acontecer pra ser verdadeiro. Histórias e sonhos são sombras de verdades , que resistirão quando mero fatos tornarem-se poeira e cinza, e forem esquecidos.”

PS: Neil Gaiman arrasa.